terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A cada partida, fica um rastro
E eu me alastro
Terra afora,
pessoas adentro

                                          12/12/2011

domingo, 13 de novembro de 2011

Espaço à dentro

Ao partir, levei apenas meus cacos
me arremessei disforme
de novo
mantive meu fado estraçalhado
e algo entre e em torno dele que
ainda permanecia orientado
No caminho, fui tratando de juntar
pedaço por pedaço
nunca fui muito bom de memória e
nem carreguei meu
passo a passo
Reuni tudo como pude
contando com a sorte em
compreender-me no espaço
Sim, eu me reencontro diferente e se,
entre uma parte e outra
vão aumentando os buracos,
de um jeito novo,
os aceito como sendo eu.
Por eles, vou conduzindo o fluxo de ar
inflando minhas cavidades, surpreendo-me
maior,
dilatado,
como uma casa móvel
e seus cômodos sem mobília
com todas as suas janelas abertas que,
volta e meia,
os beija-flores se põem a visitar

Ditto Leite 08/11/211  1:30 hs am

sábado, 24 de setembro de 2011

Escombros

Sei de mim que bem te quero
e só
espero
sóbrio
espero
sem querer continuar
por você que não me sondas
nem mesmo seu vulto
por aqui ronda
no meu corpo tão disforme,
conforme
o tempo
vem rasgando os dias,
sinto-o estranhamente
ficando, ficando...
menor
No espaço
tudo teima, em si mesmo, calar
no interno, no estômago
na fadiga
no velar
revela meus favos
sombrios buracos
vazios, intáquitos
e eu,
onde consigo me ocupar
sem me desintegrar
e entregar
me
integrar
me
conduzir
visualizá-lo
chegando, chegando...
a crer em deixa-lo

26 / 09 / 2011    01:59 hs

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ESTOU BORBULHANDO , PRECISO ESCREVER ESSE TEMPO... NÃO CAIBO MAIS EM MIM,  MESMO SABENDO QUE, AINDA NÃO CONHEÇO NEM UM QUARTO DE MIM...  

inflitrações

Estou a caminho do teu silêncio
ilhar-me na imensidão do seu aconchego
assumir a condição dos seus telhados
onde me acolho, me recolho e amparo
seu tempo, seus furos, seus traços
Ainda quando acordo encharcado por suas goteiras

 11/09/2011   17:26hs

um corpo no espaço

Manifesta a besta fera pela esfera enquanto espera desaprisionar-se do
contexto arquitetado pela aparente forma como se apresenta.
Passou a andar com os cotovelos, salivar com os olhos, escutar a derme, transpirar pelo coração, respirar pelos osso ... e, negando tudo, se articula nessa prisão. Percorre, veia a veia, as curvas que levam à ceia onde se entrega egóico aos que com ele esperam saciar-se. Piratas antropofágicos comedores de homens e outras espécies viscerais. A cada pedaço levado, dilata-se em desejo no espaço.
Quer saber em sua medida se é vivo ainda, ou ainda virá a ser.

Ditto Leite  11/ 09/ 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ADIANTE

entornei-me distinto,
nada de embaraçamentos,
corajoso como homem
que sou
e sem abrir as pernas

já sinto escorrer

proliferar de mim
como um fruto, que
partido ao meio
não revela apenas a beleza
ou vaidade sexual

aparento-me
entupido, cercado e a mercê
dos sentidos
e até das coisas que
não fazem o menor sentido

é quando me faço valer

em respeito aos meus,
torno sempre
ao dito,
renasço em mim
a cada fim pra mim

                                          Ditto Leite       09 de Abril de 2011       02: 28 hs

terça-feira, 1 de março de 2011

DESVENTURA



A noite chega e meu corpo pede que me desembrulhe
para minha alma se deixar levar
rogo ao calor que cesse e com as membranas aliviadas
meu peso repouse e 
esqueça de sentir
Fadado me traz esse corpo cansado
Regressa oh luz, energia 
para amanhecer, distraido e sem culpa, por ignorante, repelir
a alegria que é viver !


Ditto Leite 02/03/2011 03:07 hs

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

SEDE



vasculho seu intimo
para sentir onde em ti a vida se acumula 
dá pra mim tua sede que entorno 
cheio de gosto o que irá mata-la
e quando seu desejo apagar minha curiosidade
levo a diante minha língua úmida e ferina
cavalgando na liberdade em outro corpo árido
que por ela se inclina !
  

Ditto Leite 02/02/2011    01:33 am

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Divina



A felicidade é circunstancial e quando bem vivida, floresce com perfume suave de verdes brotos, que assumem a dor e a batalha de romper a terra para deixar nossos espaços de luta carregados de cores e muita fé na vida !


   
Dito Leite   30/12/2010

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Buquê

rubra minha face espelha suas cores
as rosas não me faltam
padeço de outras dores


falam-me seus cheiros
que cheiro em meus redores!
ocupa-as em tuas mãos que meu corpo não acolhe


direi sim, se não, se for...
são tuas minhas falas
são meus, teus amores.


Ditto leite   13/01/2011    02:44hs