domingo, 13 de novembro de 2011

Espaço à dentro

Ao partir, levei apenas meus cacos
me arremessei disforme
de novo
mantive meu fado estraçalhado
e algo entre e em torno dele que
ainda permanecia orientado
No caminho, fui tratando de juntar
pedaço por pedaço
nunca fui muito bom de memória e
nem carreguei meu
passo a passo
Reuni tudo como pude
contando com a sorte em
compreender-me no espaço
Sim, eu me reencontro diferente e se,
entre uma parte e outra
vão aumentando os buracos,
de um jeito novo,
os aceito como sendo eu.
Por eles, vou conduzindo o fluxo de ar
inflando minhas cavidades, surpreendo-me
maior,
dilatado,
como uma casa móvel
e seus cômodos sem mobília
com todas as suas janelas abertas que,
volta e meia,
os beija-flores se põem a visitar

Ditto Leite 08/11/211  1:30 hs am