terça-feira, 6 de agosto de 2019

matutos (a sombra do amor)

quando eu entendi que estávamos "juntos", percebi que não representávamos limites um para o outro. A gente, se expandia um no outro...
meus olhos eram mais um ponto de vista por onde ele passaria a enxergar,
as constatações simples e práticas dele viriam a pontuar minhas reflexões...
Era preciso coragem para se mostrar inteiro, sem insinuações para aqueles olhos que estavam inteiramente interessados em enxergar, reconhecer, ao mesmo tempo em que também se deixava ver.

Passado isso; em nenhum outro lugar era mais seguro para me encontrar se não na presença dele.

É por isso que o amor é uma potencia! Ele transforma tanto a gente com essas praticas de se doar, de receber...O amor cria uma confusão boa, vamos continuar sendo indivíduos mas agora estamos, somos, em dois..
Por isso, depois que ele partiu, eu vivo como quem perdeu uma parte do caminho que me impede de voltar para aquele lugar onde eu me sentia seguro e acolhido...a solidão começou a me assombrar; é como se por onde quer que o sol lançar sua luz, sai criando sombras que levam até ele.

(se voltando para o outro ator) E é assim que eu percebi a força que tem a presença da sua ausência!



                                                                                                                  06/08/2019