A quem se destina meu tempo inválido? Meu tempo frouxo, que não me passa como tempo contado, mas escoado e que fede a mofo! A quem se destina meu olhar solto, largado no vão dos que temem o outro? A quem se destina meu corpo cansado, abatido pelas noites que só o têm castrado? A quem se destina meu coração fatigado, que bate baixinho um soneto calado? A quem reservo meu peito rasgado, de tempo em tempo pelos sentimentos abandonado? Alguém sabe quem me quer ver resgatado?
Exclamo, assustado, “vem, que a ti me convem entregar meu legado”.
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