domingo, 17 de outubro de 2010

O travesseiro e o poeta

Um dia sonhou, não sei se fingia
embalado por um travesseiro que lhe umedecia
parecia tranquilo e sua feição condenaria
enquanto seus grandes cílios piscavam
como se dissesse sim
que queria

Junto ao travesseiro, descansava, se envolvia
O poeta se permitia sem saber se devia
de quando em quando, no travesseiro
que nem era seu,
de boca, caía

Se a razão lhe atentasse e recuar lhe ocorreria,
bastava dele se aproximar
Mergulhado no travesseiro, esquecia
Agora, ao tempo, refugia
nas lembranças do travesseiro
macio que sentia
Distante do mundo que existe lá fora
em seu quarto,
fecha os olhos e silencia.

05/06/2010

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